31 de julho de 2006

Teorias de Fórum.. será que é verdade?

Por mais que a gente se sinta bem sozinho às vezes aparece uma ansiedade de encontrar alguém, ultimamente encontrar alguém o mais próximo possível do que eu sou.
Dia destes num fórum discutia com uns amigos essa questão que é muito interessante, como muitas vezes a influência do sistema em que vivemos é tão forte e marcante em nossas vidas que chega a ponto de aparecer até nos relacionamentos.
Na maioria das vezes quando procuramos alguém já começamos errados, porque funciona mais ou menos como um mercado onde você escolhe a pessoa, e geralmente, geralmente damos muito valor a qualidades que não são muito importantes.
Mas estamos dispostos a pagar o preço, achamos que tem que ser tem que ser e ponto final. E quando uma pessoa quer muito uma coisa, o ser humano é fantástico: Conquista.
Conforme vai passando o tempo, todas pessoas vão mostrando o que são, e com toda certeza vão existir coisas em nós que não vão ser aceitas pelo outro e, o mesmo acontece conosco em relação aos outros. Isso é regra: nós nunca vamos ser quem somos de verdade assim de supetão.
Os defeitos só aparecem meses depois...
São nestes momentos que podemos observar se estamos mesmo dispostos a manter firme na nossa escolha, ou se vamos buscar algo novo...
Bom, na maioria das vezes voláteis, os humanos, volta a procurar o perfeito...
Só que o perfeito não existe, o que existe são pessoas comuns tal como nós, indivíduos que tem suas particularidades, suas opiniões, suas crenças e convicções...
Você não pode comprar uma televisão se o que gosta de fazer é ouvir musica...
A outra questão que dá o que pensar é: como no sistema capitalista vivemos uma forma estrutural, onde as pessoas ocupam lugares muito difíceis de transpor não aceitamos mudança nos relacionamentos... aqui serve principalmente no caso dos homens que às vezes se assustam com mulheres independentes "demais", ou mulheres inteligentes "demais", ou mulheres liberais "demais"... sem contar a questão da idade que é normal mulher jovem estar com um homem mais velho, mas uma mulher com mais idade que seu parceiro é algo quase que abominável. Assim geralmente é preferível que as mulheres sejam inferiores aos homens em alguns aspectos dessa estrutura.
Outra coisa é isso de individualismo. Nos relacionamentos na maioria das vezes só pensamos em primeira pessoa: eu, Eu, EU! O outro fica perdido no mundo do eu, como se dele fosse um apêndice... isso aqui serve para eu...
Por isso e por tudo que já vivi até hoje, eu definitivamente estou querendo um relacionamento o mais socialista possível.
Socialismo só pode existir entre pessoas que vivam uma comunidade, portanto: percepções comuns, crenças comuns, formas de pensar e ver a vida em comum e que se ajudem mutuamente. Supondo que não exista um completamente igual, o que seria um clone e não iria ter nenhuma graça... parece ser necessário que exista proximidade,
este negocio de opostos cada vez mais estou crendo que só funciona na física mesmo...
— Cadê minha agenda com os telefones dos amigos da faculdade?

25 de julho de 2006

::Vida em Sociedade::

De repente um sorriso lhe saltou da boca. Sorriso que não podia ser contido, era bom demais pra ser abafado. Esteve a observar as duas por um minuto. E, não é que estivesse lá com tempo para esperar a vida passar, mas tem certos momentos... momentos certos, que não podem ser desperdiçados devido às barreiras do tempo.
Se pudesse ficava ali, observando até ver no que aquilo ía dar.
Estranho como algo tão simples pode ser tão educativo mesmo aos vinte e tantos anos... Na cabeça, lampejos traziam-lhe as lembranças de infância... a descoberta de certas verdades sobre a alma...
viajou por um minuto...
Elas permaneciam ali: determinadas, decididas, naturalmente esquisitas...
É incrível que duas formigas pudessem carregar juntas uma folha que pesasse mais de 100 vezes o peso delas duas juntas e, em prol de outros, de tantos outros que faziam o mesmo por elas reciprocamente... R-E-C-I-P-R-O-C-A-M-E-N-T-E!!!

- Chega que preciso ir trabalhar.

Mais um dia... a enfrentar a competição constante que é a vida em "sociedade", sociedade "humana".

24 de julho de 2006

...e sem mais "agradecimentos"!

Deus Lhe Pague
(Composição: Chico Buarque)


Por esse pão pra comer,
por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir

Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo “estamos aí”
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair

Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo, que é lindo, novela, missa e gibi

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair

Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir

Deus lhe pague

...e sem mais agradecimentos!!!

21 de julho de 2006

::o prazer da leitura::

Vá lá um mês que estou a arrumar as bagunças,
Ordenar as antigas apostilas...
A estante com os livros, e a pensar...
Ultimamente a ler.
Ler tudo o que me aparece à frente como se não houvesse nada de interessante na tv, dvds, nos cinemas, nas exposições...
E é incrivelmente mágico como os livros e os bons autores nos fazem ver a vida com olhos distintos...
Atualmente me vejo acompanhada por Saramago, e a maravilhosa historia da família de Cipriano Algor (e sim, sim o cão Achado)... não terminei a leitura mas a cada trinta minutos lendo se vão uns dez/quinze sorrisos... e umas duas ou três vezes os olhos se enchendo de lágrimas...
Foi exatamente assim que comecei a pensar que estar sozinha não é tão ruim, a gente vive querendo amores novos, um seguido do outro... sem dar o devido tempo para se estabelecer, centrar...
Talvez eu possa me encontrar desta vez...
Talvez tenha me esquecido do prazer da leitura...
Sempre tive amigos que me dizem como é maravilhoso viajar, conhecer lugares...
Eu não sei... nunca tive muita oportunidade de viajar... Mas é essencial ler, te faz conhecer coisas novas, te faz refletir... te faz viver.
Talvez eu esteja voltando a margem...
Aquela, a beira do rio onde adoro ficar a observar o pôr-do-sol que me faz rir e chorar...
E me sinto tão bem ali...
Sinto-me bem assim.

20 de julho de 2006

Parece piada, mas não é...

Eu lhe disse: — O Sr. pode colocar em uma sacola por favor?
Ele: — Como?
- O Sr. po-de-co-lo-car-nu-ma-sa-co-la, p-or- fa-vor??
- Você não ter respeito pelos outros não, né???

...Eu pensando...
(O velho filho da puta! Me devolve meu dinheiro!)
Ele continuou...
- bla, bla, bla...
(Eu dei risada... na cara dele... que merda será que ele tá falando??? Sabe quando você fica olhando pra boca da pessoa pra ver se entende alguma coisa, eu não entendia nada...)

Ele: — Você não olhar para as pessoas enquanto fala com elas, né...

Eu pensando... quê?
Quem esse velho pensa que é???
(Foi aí que eu olhei, bem pra cara dele...)

Nossa!!!
Não era um Sr era uma Senhora!!!Ranzinza que só ela...

E eu tenho culpa, dela se vestir como homem, ter cabelo de homem, não usar um brinco, um batom nem nada que seja de mulher?
Tenho culpa de por causa disso o marido não gostar dela e deixar ela lá trabalhando enquanto vai comer outras mulheres?
Tenho culpa se naquele dia ela levantou de manha e pisou na merda?
E o pior de tudo, tenho culpa dela ser coreana... coreano tem tudo a mesma cara ( geralmente)!

Não pedi desculpas não, oras...

Mas é ela tinha razão de ter ficado furiosa comigo...
A chamei de Mulher-macho duas vezes... dei risada da cara dela... e estava a ponto de chamar pela terceira...
Depois fiquei pensando, pô eu sempre dou atenção às pessoas um dia que eu falo com alguém sem olhar direito (porque estava com pressa, voltando do almoço, em cima da hora) me acontece uma coisa destas... eu mereço, viu?!?

Conclusão: da próxima vez vou deixar pra comprar o salgadinho lá mais tarde, tipo na hora que estiver voltando pra casa... pelo menos nesse horário quem geralmente está lá é o marido dela. E engraçado, ele sempre é tão simpático comigo!?!? Eu hein...

15 de julho de 2006


Gravou sobre a pedra: um nome,
Trancou no baú: um sonho,
Saiu da casa flutuando pela janela...

E querendo, poderia ter roubado o espírito dela,
Mas preferiu quedar-se imóvel...
Admirando-a.

Certas vezes o silêncio é mais precioso que muitas palavras.

Certos desejos devem ficar guardados, visto que...
desejos são.

13 de julho de 2006

Memorial


Enquanto em meio meu silencio passava sobre ponte, via o sol se pôr...
Com um brilho tão intenso, um alaranjado cor-de-vida suntuoso.
Impossível não parar pra pensar...
Impossível não sentir os olhos se enchendo de água...
e um riso brotando no canto da boca...
Impossível não sentir a vida pulsando dentro da gente,
saindo pelos poros...
Pedindo que a esperança seja sempre maior...
São aquelas imagens que serão levadas pra sempre.
Vão passar anos e ela vai permanecer lá...
Congelada na memória...
E vai me fazer sorrir...
Toda vez que me recordar...

12 de julho de 2006

em homenagem a...


é gracioso o modo como as pessoas entram e saem de nossa vida,
é curioso que, por mais que estas pessoas não possam permanecer junto a nós para sempre
ocupam lugares dentro da gente...
eu quero sempre ter essa percepção,
de que é preciso estar preparada para perder,
mas que precisamos estar preparados para receber também.
e agradecer quem ainda assim, em meio a todos nossos defeitos sabe nos amar...

10 de julho de 2006

pensando...


Eu tenho fome e sede de vida,
eu tenho fome e sede de sonhos...
O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
(Manuel Bandeira)

3 de julho de 2006

A taça do mundo (não) é nossa!!


O problema é o seguinte: ela não é nossa,
ainda que estejam lá impressas as cores da nossa alma – verde e amarelo,
lê-se abaixo que ela pertence ao mundo